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Que o consumidor mudou ao longo destes 30 anos, desde a introdução do Plano Real em 1994, isso já percebemos principalmente nos últimos eventos que a sociedade sofreu. Hoje, em um evento pela manhã, a NielsenIQ apresentou o estudo Full View, que aponta as transformações no comportamento do consumo brasileiro e apresentou uma radiografia deste novo shopper: multifacetado e complexo, além de destacar três mensagens ao mercado: o que moldou este comportamento, as mudanças e o conceito do consumo não-linear.
Em sua apresentação o diretor-geral da NielsenIQ, Alfredo Costa, fez um panorama dos últimos 30 anos, desde a implementação do Plano Real em 1994, e todas as mudanças e instabilidades econômicas que o Brasil sofreu, afetando e transformando o cenário de consumo do País.
É importante levar em conta que nestes últimos 30 anos, o Brasil enfrentou uma estabilidade econômica que transformou o consumo. Desde a estabilidade a uma certa tranquilidade pós-Plano Real, uma turbulência econômica na última década desencadeada por crises econômicas, políticas e sanitárias, que impactaram no comportamento do consumidor. Desde a busca por preços mais baixos em produtos de consumo básico, a uma busca por indulgências, até ao seu endividamento, fez com que o consumidor criasse uma jornada não-linear, afetando diretamente o varejo, principalmente o alimentar.
Alfredo Costa comentou bastante sobre a busca por indulgências. O consumidor, mesmo endividado, busca indulgências, como salgadinhos, creme de chocolate, por exemplo, para equilibrar as adversidades econômicas. E isto reflete na hora do abastecimento, em que ele prefere comprar produtos básicos com preços menores. O que reflete isso? Um crescimento de marcas premium ao mesmo que tem que as marcas menores também começam a se destacar. Por exemplo, na categoria de desinfetantes, o consumidor busca pelo preço mais acessível, frequentando canais diferentes, enquanto a indústria aposta em embalagens maiores para atrair o consumidor.
O shopper vem buscando também diversificar a sua compra em diferentes canais, e isto pode ser visualizado no aumento da preferência pelo cash& carry, que teve um aumento de 14% em 2023 em faturamento se comparado com o ano de 2022. Enquanto o autosserviço teve um aumento de 6%. O atacarejo teve uma maior penetração em 2023, atingindo 72,3% dos lares brasileiros, crescendo +25pp desde 2015. E o varejo entra nesta premiunização, pois houve um crescimento de 10,6% das lojas premium. Ou seja, o mesmo shopper que vai no cash& carry, em certos momentos se abastece de indulgências nas lojas premium.
Outra mudança apresentada pelo estudo foi o do crescimento da geração Z que, segundo Costa, daqui alguns anos será a de maior impacto no consumo. Este faixa é muito presente no ambiente online, e isto impacta na forma como ele consome. A Gen Z passa mais tempo em pesquisas online e 56% diz ser influenciado pelas redes sociais para decisões de compra.
E o varejo, como fica nisso? Ele precisa cada vez mais buscar esta conexão com o consumidor e capturar estas oportunidades. Ou seja, a indústria e o varejo precisam estar preparados para as novas demandas. É necessário entender as várias versões que existe em um único consumidor, quando ele quer comprar “pequenos luxos” ou apenas quer preço.
O que é importante frisar é que a indústria e o varejo precisam considerar este novo consumidor multiverso, segundo o estudo, onde cada decisão dele revela uma nova dimensão de desejos e necessidades por meio do equilíbrio entre abastecimento e indulgência. Ou seja, ter uma estratégia de diferenciação é essencial para capturar oportunidades, seja por valor ou preço.
Fonte: Redação SuperHiper.